início da manhã
meio da manhã
meio-dia
final da tarde
pôr do sol
início da noite
Ciclo circadiano é período de aproximadamente 24 horas, que baseia o ciclo biológico de quase todo ser vivo, referenciado aos estímulos da luz do sol e à escuridão da noite.
Tal ciclo influência o sono, humor, no estado de vigília, na digestão, no controle da temperatura e até na renovação das células pois sincronizam o relógio interno através das luzes absorvidas durante o dia.
Segundo a palestra do (Roenneberg, 2019), chefe de cronobiologia humana, Ludwig Maximilian University of Munich, o modo como vivemos geraram dois grandes problemas: “quando mudamos para dentro, isso significa que, quando nós passamos grande parte da nossa vida em um cômodo fechado onde as únicas fontes de luz será o sol, que entra por uma janela pequena e um ponto de luz artificial, com sorte, teremos cerca de 0,04% de luz que precisaríamos para nosso relógio biológico funcionar” e “Acendemos as luzes quando deveríamos estar no escuro após o pôr do sol, portanto esmagamos o sinal que sincroniza nossas horas no relógio biológico”.
Essas mudanças causam problema nos tempos posteriores da nossa rotina, visto que o horário de acordar permanecerá o mesmo, no entanto, o tempo do sono foi reduzido, causando um “jetlag social”, alteração no horário para dormir devido ao excesso de estímulo luminoso na hora errada. A longo prazo, deixará nossa saúde suscetível ao desenvolvimento de doenças, como depressão e diversas outras carências no corpo, que teriam se desenvolvido ao longo dos anos.
Claro e escuro, dia e noite são marcadores temporais importantes tanto para o nosso direcionamento quanto para o bom funcionamento do corpo. Nós, seres humanos, precisamos da informação que já está na hora de descansar, está de noite, para que nosso corpo comece a liberar a melatonina, hormônio marcador dos ritmos circadianos, produzido pela glândula pineal
A descoberta de uma célula fotorreceptora específica na retina humana. A melanopsina, célula fotorreceptora responsável pela sincronização do relógio biológico no ser humano, é possível inibir a produção de melatonina por meio da utilização de níveis de iluminação maiores ou menores, pois os níveis de melatonina aumentam durante a noite, quando há uma menor quantidade de luz, estimulando o início do sono.
"O excesso de iluminação ou os flashes de luz próximos provocam deslumbramento, que ao reduzir a visibilidade e o desempenho visual do observador, trazem desconforto, estresse, sensação de perigo e desorientação no indivíduo, que se sustentados ao longo do tempo podem levar a distúrbios neuropsiquiátricos: o ser humano é um ser fotossensível " (Human Melatonin Suppression by Light Is Intensity Dependent., 1989).
Segundo a entrevista à (Ghane, 2019), “Nosso corpo está confuso - ele não sabe quando é dia e quando é noite - porque durante o dia não recebemos tanta luz natural intensa que você teria ao ar livre. E à noite, quando você não deveria receber nenhuma luz azul , você recebe muita luz azul.
Recentemente, aprendemos que a luz também viaja através deste novo conjunto de fotorreceptores chamados células ganglionares retinais intrinsecamente fotossensíveis e eles contribuem principalmente para a via biológica. A via biológica envia um sinal para nosso relógio biológico mestre (uma área muito pequena no hipotálamo) e esse relógio é sincronizado com as pistas que recebe do ambiente externo.
Quando a retina envia informações sobre a luz do ambiente para o relógio biológico, pode desencadear a secreção de melatonina, produção de hormônios, digestão, aumento ou diminuição da força muscular, regulação da temperatura corporal central e resposta imunológica - tudo está respondendo ao relógio biológico . E a coisa toda é governada por sinais de luz no ambiente e como ela se sincroniza com o relógio interno.”
Em resumo:
Todos os seres vivos tem um relógio interno, que é despertado por estímulos diferentes.
Nós, seres humanos, temos o sol como ativador desse relógio. Cada fase do dia, cada cor do céu envia para nosso organismo o recado de como ele deve funcionar.
A vida moderna está diminuindo a cada dia esse contato com o sol e consequentemente desregulando nosso organismo.
A arquitetura tem relação direta com essa problemática, tanto sobre os fechamentos dos ambientes quanto a má adequação da iluminação nos espaços.
